Recursos para a educação inclusiva
Para quem não
enxerga ou não consegue se movimentar, equipamentos, objetos e brinquedos
inclusivos possibilitam um aprendizado mais fácil
A
criança chega à escola sem falar ou mexer braços e pernas. É possível ensiná-la
a ler, por exemplo? Sim, e na sala regular. Para quem tem deficiência, existe a
tecnologia assistiva, composta de recursos que auxiliam na comunicação, no
aprendizado e nas tarefas diárias.
As
chamadas altas tecnologias são, por exemplo, livros falados, softwares ou
teclados e mouses diferenciados. "Existem recursos para comandar o
computador por meio de movimentos da cabeça, o que ajuda quem tem lesão medular
e não move as mãos", afirma a fisioterapeuta Rita Bersch, diretora do
Centro Especializado em Desenvolvimento Infantil, em Porto Alegre, onde as
crianças que aparecem nesta reportagem são atendidas. Já as baixas tecnologias
são adaptações simples, feitas em materiais como tesoura, lápis ou colher.
Com
o mesmo intuito de promover a inclusão, há brinquedos que divertem crianças com
e sem deficiência. Os mostrados aqui foram feitos por alunos de Arquitetura da
Universidade Federal de Santa Catarina. Já os livros táteis são do Centro de
Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual, de
Florianópolis. O educador da classe regular pode procurar esses materiais na
sala de atendimento educacional especializado (a sala de apoio). "Nela, o
professor especializado oferece recursos e serviços que promovem o acesso do
aluno ao conhecimento escolar. Por isso, o diálogo entre os dois profissionais
é fundamental", afirma Rosângela Machado, coordenadora de Educação
Especial do município de Florianópolis. Confira alguns materiais que podem
favorecer a aprendizagem da sua turma.
TECLADO VERSÁTIL
Matheus
Levien Leal, 10 anos, está na 4a série e tem paralisia cerebral e baixa visão.
Ele usa um teclado com várias lâminas, trocadas de acordo com a atividade. A de
escrita, por exemplo, tem cores contrastantes e letras grandes. O equipamento é
programado para ajustar o intervalo entre os toques, evitando erros causados
por movimentos involuntários.
DIGITAÇÃO SEM ERROS
O suporte, colocado
sobre o teclado, chama-se colméia. Ele impede que o estudante com dificuldade
motora pressione a tecla errada.
NUM PISCAR DE OLHOS
O acionador faz a função do clique do
mouse e pode ser ativado ao bater ou fechar a mão, puxar um cordão, piscar,
soprar, sugar... O aparato pode ser colocado em qualquer parte do corpo do
aluno. Com ele, é possível acessar livros virtuais, brincar com jogos e até
digitar, usando um teclado virtual.
JOGOS COLORIDOS
João Vicente Fiorentini, 10 anos, tem
deficiência física e está na2a série. Por causa da dificuldade de segurar o
lápis, ele usa materiais adaptados e aprende a escrever com jogos feitos de
tampinhas e cartões plastificados. O material permite a João ainda relacionar
cores e quantidades.